A MORTE ME ATRAÍ


35957Viver é bom demais! Principalmente, para pessoas resolvidas. Realizadas. Permita-me, na primeira pessoa, informar que sou otimista por natureza. Sem depressão ou limiar de angústia, a morte me atraí. Viver aos 45 anos já me faz  sintir no lucro por tudo já vivenciado. Passar desta vida está me parecendo interessante pelo fato de não ver ou esperar por nenhuma surpresa justificável para respirar, a não ser por uma catástrofe que ocorre todos os dias.

Sinto-me um peixe fora da água. Há coisas estranhas acontecendo. Os filhos já  não pedem “benção” aos pais, aos tios, aos avós, enfim, são familiares sendo jogados das janelas pelos seus. Acho, não tenho certeza, estou desiludido com a vida. A morte, que para mim é portal da vida na sua plenitude, me faria muito bem. Lá, não me sentirei impotente diante da mutação e da bestialidade do homem e da mulher, enquanto humanidade.

Ao que parece, o crime organizado do inferno está agindo e interagindo com súditos no plano terrestre. Há uma bandidagem com especialização na fraqueza humana. Esta batalha espiritual está extravassando o campo dimensional, e chegando ao extremo de enlouquecer o mundo. Reparem as pessoas com manias e trejeitos como que possuídos por entidades, precisando de clínicas de reabilitação ou , aos mais poderosos, spas para descanso. Mas os fantasmas não deixam o corpo e faz definhar a alma.

O que me anima viver ainda mais, dentro do tempo do Dono do Tempo, é a possibilidade de curar algumas dessas pessoas, enquanto não afetado por esse vírus do capeta. Os casamentos não se sustentam. As amizades inexistem. A família desintegrada e as instituições desacreditadas. O homem, um zumbi. Somente a ressurreição, como a de Lázaro, nos tempos atuais para restabelecer a ordem. Contudo, já está escrito: as dores narradas são apenas indícios do pior.

Vontade de morrer não é de matar, mas me atraí por tudo descrito. Gostaria de hoje mesmo está com o meu Criador numa nova terra e novos céus. Porém, enquanto Ele não me chama contento em viver neste corpo, dentro de propósito pré-estabelecido, não questionando os mistérios da vida e pronto para aceitar ao chamamento. Sem choro, gostaria, do coração parado e o cérebro sem oxigênio. O espírito voltando à origem.

Bom se diga: não se trata de covardia porque o universo está em prantos, mas de coragem, pronto para lutar enquanto existir pulso contra as hostes destrutivas. Implica em não temer  ficar na linha de frente para perecer com a cabeça erguida, deixando o exemplo a quem não teme a morte que se deve viver agora, pois se o depois não vier, o futuro aqui não fará falta, porque um presente eterno aguarda a quem crê que assim é possível.

Publicado por

Jackson Rangel

Jackson Rangel Vieira é Jornalista investigativo, analítico e opinativo no Espírito Santo.

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