Se eu fosse católico apóstolico romano, teria de rezar mil Aves Maria e 10 mil Pai Nosso por dia, como penitência por ter ajudado a eleger o prefeito Carlos Casteglione, um dos petistas mais vaselina já conheci por ai. Mas, sou evangélico. Já pedi perdão a Deus, porém as conseqüências ficam como provação optada pelo livre arbítrio, mesmo de boa fé. E anotem: com popularidade tão baixa, no fundo do poço, a Câmara de vereadores recebe melhor avaliação do que o Executivo, como anunciara antes neste mesmo espaço. Para vergonha (se ele tem), do morador do Palácio Bernardino.
Não adianta assessores sugadores de bolsa escrotal acalentar o “reizinho” de haver tempo para se recuperar com a mesma equipe e mesma mentalidade. O chamado “jeito petista de governar”. Se Lula optasse por esse estilo, nem se falaria em Dilma Rousseff. Lulismo é diferente de petismo. Fiquei mais envergonhado de ver o bispo da cidade e o padre político, oferecendo esperança como se estivéssemos no tempo em que opinião de clérigo era mandamento. Ambos verbalizando engodo e uma mula defecando, neste caso, dão no mesmo. Apoiando gestão forjada e alimentada na improbidade administrativa.
O padre Rômulo Zagotto teve a coragem, ao lado do Bispo, de declarar ter acabado o tempo em que as obras apareciam da noite para o dia sem consulta popular. Por acaso, ele pediu opinião à sua paróquia para autorizar o então prefeito Theodorico Ferraço (DEM) encomendar a reforma do seu apartamento pelo empreiteiro Pedro Turine, ao lado da basílica São Pedro? Vai confessar padre! E bispo, conselho de jornalista, sai dessa politicagem. Celebra missa e evangeliza o povo sofrido. O senhor está mal acompanhado e não conhece antecedente ou não quer conhecer de índole de seus subornados e subordinados.
Quanto à Câmara de Cachoeiro de Itapemirim, ela será mais bem avaliada do que o prefeito foi – 80 % da população não acredita que ele cumprirá promessa, ou seja, não confia no “menino”, “pau-mandado”, como diz a vereadora Arlete Brito. Contudo, bom se diga. A pesquisa foi realizada antes deste escândalo do “Rachid”. A vereadora, enquanto existir no meio político, será cancro dentro do Legislativo e dentro do PT. Ninguém se salvará. A desmoralização e falta de credibilidade já se estabeleceram na opinião pública.
Tenho dúvidas sobre a conduta de alguns vereadores a respeito da celeridade na punição da protagonista do escândalo. Paralelamente, o Ministério Público deveria mesmo agir, com rigor, como vem fazendo pelo Brasil afora, de forma pedagógica, pois o corporativismo político sustentou durante muito tempo seus pares corruptos em flagrante delito.
Enfim, alguém faça alguma coisa! A Imprensa não é polícia, nem promotor, nem juiz e muito menos carcereiro.