Três candidatos ao governo do ES e um destino

 

Ao chegar de abril, pode-se analisar a sucessão estadual, na majoritária, por algumas vertentes. O nível dos pré-candidatos a governador é excelente. Os capixabas estão em condições favoráveis para ir ás urnas. Ricardo Ferraço (PMDB), Renato Casagrande (PSB) e Luiz Paulo (PSDB) apresentam formulações de idéias de fácil compreensão e são conhecidos da população.

Ricardo Ferraço foi o primeiro a lançar pré-candidatura, no final das eleições municipais de 2008. Alguns tiveram como pré-matura o seu lançamento no mercado eleitoral. E mais afoitas as alianças com PT, PR e PDT, sem deixar espaço de visibilidade para demais forças políticas. Essas versões provocaram no limiar deste ano as contrações e até antíteses em resposta à tese peemedebista de sair na pole position é chegar na frente.

Renato Casagrande se sentiu discriminado no grupo do governador Paulo Hartung desde o primeiro momento do fechamento das alianças primeiras do vice-governador. Pensando em 2014, na sua reeleição, exercitou o entendimento da precisão de movimentar o capital eleitoral.

 De uma simples movimentação denominada “Senado lado a lado”, de prestação de contas, virou um processo de campanha bem sucedida. A sua decisão, definitiva, de ser candidato é determinante sobre a possibilidade de segundo turno, pelas pesquisas. Virou fantasma rondando o Palácio Anchieta. Pode-se até ousar em afirmar: o resultado eleitoral dependerá do socialista.

Luiz Paulo Velloso Lucas, deputado federal, foi “convidado” para ser o adversário de Ricardo Ferraço, talvez, por considerá-lo um político mais centralizado, regionalmente. O tucano tem densidade eleitoral em Vitória, capital, onde já foi prefeito. Pensando assim, tão somente, fica parecendo fácil vencer um adversário menos cosmopolita. Entretanto, tem a seu favor o forte palanque de José Serra, lançado pré-candidato a presidente da República.

Além de predicados importantes e credenciais indispensáveis a um pré-candidato a governador (conhece Paulo Hartung há 40 anos e expoente nacional pelo PSDB), Luiz Paulo pode ser o chamado “azarão”. Sua potencialidade de disputa se dará na cédula casada com Serra e na retórica pelas mídias disponíveis. Tem QI acima da média e, portanto, discurso competitivo. Alta confiança e reconhecido analista político em temas de alta complexidade.

A eleição do Espírito Santo tem outros ingredientes coadjuvantes, mas determinantes para mudar cursos durante a campanha. Por exemplo: a militância petista; a influência de Hartung; e o messianismo de Mango Malta entre o povo cristão. Pode-se dizer, que a eleição majoritária será decidida no detalhe como num clássico de futebol.