O mundo fantástico do bastidor político. Sacanagem pura!

jornalista vem observando cada dia a degradação da classe política e a hipocrisia reinante no mercado do poder

 

Não entrarei no mérito sobre inocência ou não de políticos envolvidos em situações imorais, antiéticas, em processo judicial em curso. Mas, até no ato político de cassação da vereadora Arlete Brito, do PT, os bastidores são mais repugnantes do que a própria ação em julgamento.   

Digo, e tenho como provar. Não é só a vereadora que ensaiou a prática de “rachid” na Câmara de Cachoeiro de Itapemirim. O caso dela ficou no campo da teorização, porque o crime na sua plenitude não foi consumado, até prova-se em contrário, mas de outros sim.   

Agora, consumada sentença recorrível, eu posso confirmar: vereadora estava certa quando disse que a maioria pratica este ilícito no mesmo sentido de subtrair vantagem, alguns usurpando o erário, o que não foi no caso dela. Não desnunciando o denunciado. Estou acrescentado verdades.  

A cara de pau de alguns foi tão grande, votando pela cassação, mesmo sabendo, com consciência, possivelmente cauterizada, ser adepto de práticas mais pusilânimes contra a instituição e a moralidade. A cultura da corrupção não é fácil de ser erradicada.   

Nas votações polêmicas, com exceções, parlamentares querem vantagens: um, para votar pela cassação, pediu a CIRETRAN-ES do Município. Outro, para não cassar, pediu R$ 50 mil. E outros, entenderam buscar o colo de deputado influente para se safar de processos no Tribunal, supostamente “amigo” de desembargador.   

Mas esse processo de barganha em votações polêmica não vem de agora. Acompanho a Câmara de Vereadores desde os 18 anos de idade quando comecei o sacerdócio de jornalista. Ali, é dinheiro, cargos e poder. Tem sexo no meio, menos. A grande parte de seus habitantes gosta de dinheiro e poder.   

Uma vergonha! Descaramento! Arlete já foi cassada, notoriamente, era uma realidade irreversível, mas ela não estava errada. Muitos praticam atos piores de imoralidade. Arlete foi belo bode de expiação para as culpas do mercado político, achando que o MP e a Justiça, com isso, ficam saciados. Este artigo está apenas dizendo que a ferida não foi fechada com a cassação dela. Pelo contrário, abriu mais.   

Como sempre, o leitor poderá pensar o jornalista não tem como mencionar nomes: pelo passar do tempo, seria uma idiotice pensar assim. Posso citar vereadores que foi useiro e viseiro de prática de “rachid”, e o deputado que tenta ajudar estes contaminados com desembargadores supostamente a sua mercê.   

 E muito mais. Até um vereador que levou R$ 30 mil de um caixa dois de um então prefeito que apoiava um candidato a deputado federal que perdeu, além de exigir seus cargos imexíveis. O Ministério Público; Policia Federal; e Justiça só enxergam o que a imprensa tem denunciado, mas se fizessem operação conjunta de cruzamento de dados, com quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico, facilmente mandaria prender uma meia dúzia, no mínimo.   

Quando escrevo artigo assim, geralmente aguardo, justamente, o mais “puritano” se manifestar, vociferar, por experiência, é o mais culpado. Fico mais estimulado. Então, gosto de entrar em ação como jornalista desafiado. Mas, a hipocrisia, embrulha-me o estômago. E estou na fase de escolher meus amigos. E não o contrário, por tanto, qualquer debate em areópago é um diversão pela verdade. Vou continuar e não paro. Só a morte atmosférica.

Falando sobre YouTube – Irmão Elifaz Borges – Louvando ao Senhor