PENSAMENTO PERFEITO – O VELÓRIO (CAPITULO 5)

CAPITULO 5

O VELÓRIO

A melhor parte da vida é a morte. O defunto deitado em berço esplêndido, forrado em caixa de madeira, dorme que uma beleza.

Sem assistir a hipocrisia como em vida tolerava em vômito, morto não pode ver a extensão do falso choro dos sepulcros caiados.

O velório é o ápice para o que ficam. Momento de homenagens, palavras nobres: “como ele era bom, um santo homem de Deus.”

A parte do padre ou do pastor é a melhor cena do pré-sepultamento. Derramamento de lágrimas de todas as espécies animais.

Enrijecido, o falecido logo, logo, será esquecido. Entre uma fala e outra, somente a lápide para dele lembrar .

Existem enterros enfadonhos. Faltam quitutes, aquele cafezinho! Os penetras ficam ”P” da vida pela desconsideração.

Como choram os familiares! Parece amor de aliança eterna com defunto, mesmo sendo a segunda das cinco esposas.

Velório é evento inesquecível para alguns. Aquele momento de reflexão profunda, cova rasa : “um dia será a minha vez”.

O adágio popular diz: “Todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer”. Alguns até tem medo dela. É um inferno!

Morrer, viver e morrer, como Lázaro, pode não ser vantagem. Sofrer intempéries da vida duas vezes dores dobradas!

Ruim para o morto um caixão de medida errada. Se apertado, dá gastura nas vistas do vivo. Se folgado, maldade do vivo.

Para morrer, basta estar vivo, ditado que grifa ato de coragem de quem o diz. Enquanto não souber que é o próximo da fila.

Duas mortes: a matada e a  morrida. Tudo é igual no final, só muda a forma de morrer. Fica a lamentação para quem fica.

A vantagem de não viver muito está em não sofrer também muito. Os fragmentos de felicidades não valem à pena.

O vivo deve se preparar para o dia. Se envelhecer, abandonado, será dura a ida sem volta. E o  finado merece respeito!

*Por Jackson Rangel Vieira

PENSAMENTO PERFEITO – A INSÔNIA (CAPITULO 4)

CAPITULO 4

 A INSÔNIA

Madrugadas de olhos abertos enxergam horas difíceis assim que amanhecer. O sono sequestrado faz a cruz pesar mais.

Passados anos até ao envelhecer, a fadiga não mais interrompe tristezas e choros durando todo escuridão da noite por dentro.

Foi o dia seguinte autor da privação do adormecer compensado com leituras sintetizadas em caracteres obrigatórios da síntese.

Enquanto minha companheira respira ruidosamente em sono profundo, estas palavras são criadas com esforço incomum.

De tudo, permanecer acordado e ver a luz do dia invadindo frestas do quarto ofertam a sensação de que se está vivendo mais.

Alguns não resistem a imposição dessa perda de descanso como cadáver esparramado no leito em modo de espera. E sofrem.

Angústia que não passa. Tristeza que se firma. Depressão que dói. São tantas emoções em desequilíbrio, sentidas em intensidade.

Fechar os olhos por alguns instantes é dádiva de Deus, principalmente, para os crédulos em oração implorando por pesadelos.

No centro da calmaria noturna, a inquietação tremula os músculos em reação ao ataque constante do sistema nervoso em gritos.

Quando o meio dia chega, o abrir de olhos doídos pelo sono falso, interrompido linearmente, tem-se vontade de não se levantar mais.

Antes sonâmbulo, reagindo em defesa dos que os olhos viram e do que o corpo fez, a ter de confessar intimidades noite após noite.

Maldição para muitos, a insônia corrompe o relógio biológico, na maioria das vezes, sem reparação. A alma precisa descansar.

Sozinho, ouvindo apenas os habitantes das trevas, aqueles que dormem ao dia e acordam à noite para prazeres e perversidades.

Como câncer, sem cura, a insônia castiga por toda sua vida até perecer de enfado, com reduzidos dias consumidos por ela.

Como morte vencida, o vive de olhos abertos não teme a lápide e arrisca a inscrição: “Aqui jaz alguém que nunca fechará os olhos.”

*Por Jackson Rangel Vieira

AS NUVENS

CAPITULO 3

Nuvens dizem mais sobre a vida do que as linhas das mãos. Elas aparecem do nada, monstros, e também faces em formação.

No escurecer, quando esses flocos de neves esparramados pelo espaço, todo olho espera, quando negras, a chegada do trovão.

Lugar introspectivo, à beira de límpido lago, entre as mais altas folhagens, o céu azul promete lindas imagens rascunhadas, rasgadas e largadas.

Céu cinza entristece o coração, pois sem cor, este teto reflete no chão os espinhos pelos quais o homem terá nele seu único caminhar.

Quando se concentram e se conectam umas com as outras, lembram exércitos preparados, avançam nos pastos recém-arados.

Se invertessem os lados, as areias do chão brilhariam como estrelas ao anoitecer da lua cheia e o firmamento acima sem seus astros.

Esparramadas e preguiçosas, são produções kafkiana. Espectadores aguardam o desfecho final. É trama. É drama, É lagrimal. Ariana!

São musas dos poetas que olham para o alto na esperança de mais adereços. Quantas oportunas escolhas por fazer em tantos avessos.

Quem nunca as apreciou, nunca saberá o que é vida real. As nuvens são condutoras de energias e vazios em contornos colossais.

Movem-se em blocos para aonde a corrente de ar levar. Porém, escolhem paradas para os predestinados receberem suas cartas e sinais.

Viajam por todos os recantos da Terra e passam por todas as estações: do inverno à primavera, cobrindo de amor os desencantos.

Carregam consigo pasmas as marcas dos corpos incrédulos, também sepultura de almas com fé, cheias de carmas e de ectoplasmas.

As nuvens são testemunhas dos caminhantes errantes e choram torrencialmente com tantas maldades. Choram chuvas, chuvas sem parar.

Salomão, o mais sábio de todos, disse uma heresia, que novidade alguma existia debaixo do céu. Devia procurar mais nas entranhas a fundo.

Somente as nuvens, que vão e vem, sabem de tudo sobre os seres abaixo em todo o tempo, sejam noites, sejam dias. São damas, são vadias.

PENSAMENTO PERFEITO (2)

CAPITULO 2

O CARÁTER

Linha fina divide a idade da inocência da idade da razão. Em momento não sabido, flui os primeiros traços do caráter em metamorfose..

Personalidade abriga o caráter por ser seu construtor, estabelecendo pelo mundo apresentado as regras morais e éticas, quase revogadas.

Hedonismo sofisticado em ritual extensivo das todas as classes sociais como câncer em distensão, constitui novas leis da vivência.

Palavras ecoam sem valor porque a nova geração perverteu e inverteu o mundo com conceitos fora dos parâmetros para uma nova era.

Acaso vira caso de fato dentro da própria virtualidade com todas as impensáveis possibilidades do porvir além pós-modernismo. Medo.

Caráter que traça o destino. Que destino? Ele foi antecipado pela velocidade maior do que a luz em remissão do tempo surrealista.

Despersonalização também acontece quando o caráter fica desbotado mediante a ferrugem da malignidade aceita em suborno.

Toda alma tem seu preço, diz-se o adágio na bocas dos compradores. Nisso, o corpo padece as consequências das concessões fáceis.

Médico e monstro se reencontram por vezes em situações antagônicas e convergentes, assustando a própria estrutura molecular.

Assustador não distinguir a personalidade quando outra assume lugar. A bipolaridade de seres dentro do mesmo invólucro, perturbador.

Duas criaturas, a velha e a nova, se digladiando para uma sobrepujar a outra, remetem o ser a questionar o livre arbítrio e saúde mental.

Quando se esgota o sentimento de culpa, acabaram todas as leis morais e o anarquismo pouco experimentado estimula o id.

Personificação do bem, sob a atmosfera, com dificuldade de ser remédio para erradicar o mal da personalidade. Aguarda-se o céu.

O tempo é o pecado. Na linha cronológica passam tantas emoções construtoras do destino, angustiando os lados do lóbulo.

Os caracteres são distintos e com base no livre arbítrio, quanto para outros estão assentados na predestinação no existir.

A Câmara de Cachoeiro de Itapemirim-ES sempre foi caso de polícia

Ano passado e início de ano, cumprindo meu dever de jornalista, denunciei vários crimes cometidos pela Câmara de Cachoeiro de Itapemirim-ES contra o povo de cachoeirense e o ao erário. Acostumado, tentam me desacreditar. Desmentem. Processam para intimidar, enfim, Alguns gostariam de me ver morto a ficarem nu diante da opinião pública.

O desfalque da contabilidade, com desvio doloso, já ultrapassa a R$ 1 milhão. A Justiça, pelo Ministério Público, tomou medidas paliativas previstas em lei, afastando funcionários, sem tocar nos ordenadores de despesas como se vítimas fossem. Digo, sem temer, se a Polícia Federal estivesse no caso, o presidente da Casa, Júlio Ferrari e os funcionários sairiam de lá algemados.

Fica a pensar como autoridades competentes se deixam levar por engodos. Quer dizer que o ordenador de despesa, o mesmo que denunciou se antecessor de rombo do mesmo valor desviado até agora sabido, não sabia, não ouviu dizer e nem viu nada. Um ingênuo “deficiente auditivo e visual” que insulta o povo trabalhador e seu dinheiro como contribuinte?

Todos habitantes dos corredores daquela Egrégia Casa e do Executivo sempre souberam o que se passava na contabilidade com o maior número de funcionários “fantasmas” por metro quadrado. Infrações administrativas, nepotismo e troca-troca com o Poder Executivo virou uso e costume. Aboliram, eles mesmos, a moralidade. Improbidade não é desonestidade.

Este esquema de cheques e notas fiscais superfaturadas de serviços não prestados para enriquecimento ilícito vem de longe. Com o Poder Judiciário lenitivo, o Município está entregue a destino incerto. Nem Comissão Interna de Investigação vai prosperar, Anota aí. Refiro-me a este escândalo vergonhoso dentro do Legislativo.

Estou concluindo, desgostosamente, de que a corrupção não tem cura e nem retrocede no Brasil. As instituições estão altamente comprometidas umas com as outras. Denunciante como eu – poucos no Estado – tem como “troféu” processos na Justiça, porque descortinar o corrupto e corruptor é caluniar, difamar e injuriar. Estão acostumados com ações entre amigos! Eu não faço parte dessa corja.

Termino informando: estou na muda como passarinho. Mas, estou consciente do que fazer contra dissimuladas autoridades protetoras dessa fauna nefasta se valendo da mais cruel pusilanimidade pela alta posição que ocupam . Não tenho nada, literalmente, a perder. Contra estes, deixarei de ser requerido para ser requerente. Calar-me, nunca, tenho dito!