CAPITULO I
A ORIGEM
Toda uma vida construindo palavras em busca dos pensamentos perfeitos. Meio século para superar todas as expressões já pensadas.
Sofrer todos os dias para escrever algo sempre relativo, porquanto o absoluto nunca encontrado até hoje por todos somadores de letras.
Desafio do ser desde concepção é encontrar destino, momento a momento, fazendo backup do mundo conhecido para o HD do inconsciente.
No recôndito da alma, no lado mais obscuro, a força de encontrar a luz do conhecimento, obedecendo a sentidos não equacionados.
Encontrar frases gestadas do infinito, do nada, e depois de nascidas sepultadas – quando não inscritas, humilha qualquer pensador.
Como encontrar o pensamento perfeito, se a imperfeição está injetado em cada partícula da vida, holisticamente? Está no pecado?
Em cada esquina, uma paixão de qualquer tipo dominante. Mas, somente no final da rua é possível encontrar o amor no seu único eu.
A ortografia, a gramática e toda linhagem idiomática não possuem nenhuma relação com o pensamento perfeito. O erro pode fazer parte dele.
Desistir de encontrar a vida em uma frase é suicídio, porque no viver o homem quer o domínio do verbo, no saber ou na ignorância.
Não encontrar o pensamento perfeito é abraçar a morte e sentir que não vale à pena sobreviver para existir tão precariamente.
Invenção de tudo que na terra há, resume-se em desejo racional e instintivo de conhecer-se. Assim surgiu a palavra felicidade.
Até no prazer mais trivial ao mais promíscuo, encontrar este sujeito realizaria a fantasia da carne e, ainda, alimentaria o espírito, sem a culpa.
Duro crédulos e confessores da fé arguir se existe tal riqueza no alfabeto? Ou no caos, acha-se a ordem em que se é possível o impossível?
Cansativo dia após dia entender razões dos fatos sem lógica. Pior a sombra da caverna e o medo de se virar e cegar-se ainda mais.
A conta do envelhecimento da pele é angustiante e enigmática. No espaço e no tempo, a limitação é incômoda e fronteira a ser vencida.
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