
São 2h30 da madrugada do dia 5 de fevereiro. O horário não é novidade para o meu tempo de uso. A noite sempre foi mais minha amiga do que a luz do sol. O dia anterior foi estressante, aliás quase todos os dias desde que me entendo por gente, exceto a infância.
Tenho uma missão a cumprir, porém só a conhecerei plenamente ao final, no fim de tudo, talvez no último suspiro. Muitos folclores foram criados no imaginários de desafetos e até de pessoas próximas sobre meu estilo de existir. Alguns pensam que existo porque alguém permite. Nunca foi verdade. Ninguém toca a minha alma nesta superfície.
As coisas não me importam. Se me importasse com a matéria e o que os olhos podem ver e tocar, eu seria diferente e não saberia quem sou. Eu seria os outros. Estaria conectado ao sistema e vassalo dele com a efemeridade que retiraria o meu passaporte para a verdadeira vida, um lugar que não pode ser encontrado enquanto essa forma corpórea insistir em prevalecer.
Hoje, não tenho amigos no sentido mais profundo de como entendo o que seria uma amizade. Sou um homem realizado. A independência me ofertou isso. Não preciso do próximo a quem amo mesmo sem o amor dele. Meus pensamentos mais elevados, quando só, como agora, estão além desta dimensão. Estou desprovido de medos e de coragens.
Sempre que possível, estarei aqui com alguns poucos apreciadores, empáticos, relatando minhas percepções. Tentarei construir ou desenhar mais do mundo interior, do meu âmago. Talvez, tenha serventia mental neste mundo insano onde a normalidade está pervertida e invertida.
Até lá, do outro lado do tempo disponível, quem chegou até aqui, mesmo que eu já tenha ido de forma relativa ou absoluta, aceno com um até lá ou com um adeus!