
Penso que a maioria dos quase 8 bilhões de pessoas não exerce suas funções plenas em direção à vontade de viver. Apenas, resiste e tem medo do antagonismo, a morte. É diferente entre a satisfação pela vida e a insegurança e a dúvida sobre o além do último respiro.
Os mais corajosos se matam, mesmo sendo chamados de covardes. Os medianos preferem não ousar a tanto ainda que já perderam o sentido e o entusiasmo de existir pelos corredores dos múltiplos sentimentos vagantes dentro de si, sem compreender o propósito.
Não tenho dúvida que a melhor fase do tempo, com raras exceções, era o da irresponsabilidade juvenil, cujos medos se limitavam a lendas urbanas e contos dos pais para disciplinar alguns impulsos fora da tradição. A inocência é bela, espetacular!
A linha do tempo adulta foi se tornando um sacrifício, por vezes, sem margens racionais. Há uma degeneração moral. O hábito vicia e mata até a lembrança do primeiro arrependimento. Tudo fica comum, normal. Exala uma sensação do fim de limite. Viu, ouviu, tocou, cheirou e degustou o mal e o bem em toda sua forma. Seria como voltar ao Paraíso após o diálogo com a serpente.
A vontade de viver perde para o medo da morte. Por isso, a resistência. O desconhecido apavora. Logo, a falta de empatia para uma geração inumana progressiva para o estágio animalesco, instintivo. O ponto: uma espécie mata a sua espécie por um celular como um tipo de regresso à caverna de Platão.