Estou pronto

No século em quem vivemos, sabemos de tudo e não sabemos de nada. Partindo desta premissa, a ignorância nos consome. O nosso propósito maior está no agora sem nenhuma garantia do relativismo da vida e do absolutismo da morte, independente de religiões e crenças.

Entramos na fase centrífuga. Nosso ego afasta e distancia tudo e a todos. Com os habitantes da terra adoentados de corpo e alma, a fuga nem é uma opção. A humanidade foi destituída de sua redenção por causa de um fruto e de uma serpente falante na árvore da ciência.

A gente quer acreditar em mundos paralelos sem cobra e sem sexo. Sem compromisso com essa difusão de doenças mentais e físicas, um novo céu e uma nova terra. Antes, estamos espremidos entre o tempo e o espaço. Somos manco na equação dos instantes construídos desde da placenta.

Estou pronto – primeira pessoa – para ir, ficar e voltar. Estou preparado para passar pelo portal. Para sentir qualquer disponibilidade disponível do que não sei. Estou pronto para qualquer decisão e seus efeitos colaterais. Meu HD está quase cheio. Estou pronto para uma formatação.

Esta crônica, talvez não tenha nenhuma pouco de serventia para o leitor. Contudo, sinto-me bem em externar que estou pronto para o que isso significar.

Capítulo 3: O Ano de 2020

Nenhum dia é igual ao outro. Nenhuma semana, Nenhum mês. Nenhum ano. Entretanto,  decisões e omissões marcam trechos do tempo.

O ano de 2020 foi diferente. Foi do azar. De quase todas as perdas. Da humilhação. Da indignidade. Da falta de esperança. Da depressão.

Ninguém podia ajudar. Todas as coisas não seriam se o paciente observasse os sinais. O agouro. A  negatividade humana. A malignidade sugando a fé.

Depois de meio século, tudo se torna mais lento. A reação ante o imponderável não é tão mais competitiva. Não há força em igualdade.

Não termina, parece que não acaba. As horas parecem semanas. A desgraça é alongada ao máximo em meio a dores indescritíveis. Envergonha!

Enquanto o sol por vezes aparece, as chuvas também, o desânimo é o melhor incentivo para ficar escondido, escondido das pessoas e do futuro.

Um sorriso salva o ano. Um sorriso leve, breve  em saber que 2020 se foi. Sim, está por ser aniquilado pelo porvir.  

Capítulo 2: A Ida e A Volta

Tornar-te incomum quando sai do nada e ascende ao tudo. Seria eternamente grato se nunca mais voltaste do tudo para o nada.

A vida na sua missão punitiva transforma as formas vivas em formatos sanfonas. Gordo e magro. Dias fáceis e dias muito difíceis.

Pessoas desaparecem todos os dias. Os dias desaparecem com elas. Gente que planejou por toda existência ir para ficar. Porém, sempre volta.

Como gangorra, o destino parece reto e certo. No entanto, a unidade de tempo e espaço quando ignorados é o elemento do regaço.

O antagonismo está por toda parte. Na ida pode estar o mal ou o bem. Na volta vem junto o cansaço, o medo, parte do céu com um punhado de sal.

A ida sempre é mais difícil. Exige coragem de mudar. A volta, não tão facilitador obrigado o passageiro passar pelo mito do Vale da Dor.

O mundo novo sob o olhar lúdico e próximo!

Interpretar o passado pelos meios avançados de instrumentalização tecnológica, produz cenário quase fiel à realidade da linha do tempo preterido. Prevê o futuro com mais objetividade, sem probabilidade e nem relativismo. não é desafio utópico. Seria como  construir maquete do projetista que já vê a sua operacionalidade funcional .

Sobre o trânsito: O sistema sustentável do uso do solo urbano será detalhe. A estrutura viária será aérea, com sinalizações sensoriais de GPS, com ínfimo índice de acidentes, com veículos mais capacitados, ao bolso do consumidor, de ultrapassar o nível atmosférico, seguindo pelo sideral, com colônias adaptadas para habitat humano.

Sobre segurança: O nível de maldade será tão incontrolável que as centrais pressionais como se conhece inexistirá para dar lugar a alternativas infalíveis como prisões subterrâneas; plataformas em alto mar. e povoados em vácuos controlados por satélites com controle de oxigênio por meio robóticos, sem agentes penitenciários.

Sobre Educação: A linguagem será criptografada e as letras subtraídas ao máximo, como código de abreviação, já em curso, aceitada como realidade irreversível, sem livros e cadernos, muitos menos caneta. A síntese em caracteres será tão impactante quanto foi o maior construtor de palavras: Machado de Assis. A telepatia no contato pessoal será rotina.

Sobre Saúde: O homem de 100 anos para mais já está nascendo, graças ou infelizmente ao progresso cibernético. Apesar do primitivismo da saúde para todos, todos terão acesso do médico onipresente por teleconferências, inclusive sendo possível aplicar procedimentos de diagnóstico e prognóstico para auto operações se necessário, mediando ação robótica.

Sobre comportamento: O prazer neural será ativado por chips, descartando o contorno físico de forma tão real em imagem inseridas na mente, que a humanidade será mais andrógena. O amor se esfriará e a relação humana se limitará ao hedonismo como motivação da felicidade. Os neurônios serão treinados e habituados a eliminar a morar, manter alguma ética, e não haverá mais certo e errado.

Eu não vou ver esta nova era. Só tenho uma certeza: Com tudo a acontecer, o ser humano não será fracionado; Será holístico mesmo com esta eternização da existência com poder digital, sensorial, espiritual de realizar o pensamento surrealista, nesta ou na oura fronteira dimensional.

Jackson Rangel Vieira é jornalista e advogado

“A humanidade está doente”, destaca o presidente do TJ-ES

Para o desembargador Pedro Valls Feu Rosa, somente a união entre os Poderes pode levar à solução do adoecimento da população brasileira.

Talvez a saúde esteja doente porque a humanidade está doente”, refletiu o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, durante o discurso de apresentação do Comitê Gestor Estadual da Saúde, realizado nesta segunda-feira (02).

O chefe do judiciário ainda apontou que no Brasil, todos os meses, morrem em média 600 crianças de doenças causadas pela falta de esgotamento sanitário, mas que não há nenhuma mobilização por parte das autoridades. “Não tocamos no assunto, nada é feito. O que acontece com as mazelas, longe dos olhos da sociedade, é ignorado”, afirmou.

Como solução, o presidente ponderou ser necessária a união entre os Poderes, que exige uma derrubada nas barreiras, inclusive no costume de tomar para sí os problemas coletivos. “Temos que mudar a mentalidade de achar que a vara é minha, o processo é meu, o preso é meu. Quando conseguirmos mudar mentalidades como essas, poderemos construir uma sociedade melhor”, finalizou Pedro Valls Feu Rosa.